Com seca, Vitória da Conquista terá segundo racionamento de água em 10 meses
sexta-feira, 15 de março de 2013A população de Vitória da Conquista, no sudoeste do Estado da Bahia, vai enfrentar racionamento de água a partir de segunda-feira (18). A ação é uma medida contra a seca que assola 221 dos 417 municípios do estado. É a segunda vez, em menos de um ano, que a cidade será afetada com restrições no consumo da água.
Segundo a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), uma das diferenças do racionamento de 2012 para o atual é que, neste ano, não irá faltar água na cidade de Vitória da Conquista nos fins de semana. A outra distinção é que o racionamento começa dois meses antes do planejado. A informação, no entanto, não foi bem recebida pela moradora Sirlene Guimarães. “A gente tem que voltar a carregar água de balde, ficar pegando água na casa do vizinho, fazendo esforço físico”, reclama.
A Embasa informa que a antecipação ocorre porque não choveu o que estava previsto para os primeiros meses do ano na região. A estimativa era que, entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano, o nível de água chegasse a 700 milímetros na região de Barra do Choça, onde ficam duas barragens que abastecem a cidade. No entanto, o índice não ultrapasosu os 290 milímetros de água.
Apesar da necessidade do racionamento, de acordo com Álvaro Aguiar, gerente regional da Embasa, “a situação é menos drástica do que no ano passado, mais suave”. No entanto, a cabeleireira Ildemar Rocha fala da dificuldade em exercer a profissão durante o período de estiagem. “Fica difícil, porque a gente precisa da água para trabalhar”, lamenta.
Cidades em alerta
Segundo o último levantamento da Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec), 221 cidades baianas estão em situação de emergência por conta da seca, o que pode ser agravado por conta da previsão do tempo não favorável. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva suficiente para os próximos 15 dias.
“A partir do dia 15, podemos ter chuva em determinados pontos das regiões oeste, sul e no litoral. No entanto, não há previsão de quantidades significativas para amenizar o problema da seca no estado”, explicou Marinês Cardoso, meteorologista do 4º Distrito de Meteorologia do Inmet.
Incêndios
Um dos problemas ocasionados pela seca são os incêndios, como o registrado em Pindobaçu, norte do estado. Há seis dias, a Serra da Fumaça sofre com o fogo, de acordo com o Corpo de Bombeiros do município. Segundo as informações, o incêndio destrói uma grande extensão da vegetação, mas ainda não é possível estimar quantos hectares já foram destruídos.
Além disso, em janeiro deste ano, parte do Vale do Capão, área turística da Chapada Diamantina, no centro sul do estado, também enfrentou um incêndio de grandes proporções. De acordo com o Corpo de Bombeiros, mais de 500 hectares foram consumidos pelas chamas. Na ocasião, a seca foi apontada como um fator que pode ter causado o sinistro.
Fonte: G1